O capitalismo exige mais trabalho, como imperativo e como discurso inerente à sua forma trabalho-valor. Mesmo assim impõe pela concorrência novos patamares de tecnologia. A idéia é vender ao mais baixo valor possível. Também os gestores desejam quanto mais pagar menos aos trabalhadores, por outro lado, produzir cada vez mais com salários cada vez menores, em virtude da concorrência, cria uma limitação cega do mercado. A mercadoria circula, mas não é adquirida. Mesmo assim, prometem-se aumentos de salários com o aumento da produtividade, mas a lógica parece inverter-se a cada novo lance do sistema. Assim, o sistema não percebe que está ao mesmo tempo sendo autodevorado e expandindo-se para merecer a alcunha de capitalismo. A contradição na qual se move o capitalismo é, de um lado, a imperiosa necessidade de arrancar mais trabalho e, de outro, o incremento da tecnologia e das máquinas, que lança uma quantidade imensa de trabalho morto e que pela coerção social mantém um exército de submissos na ordem preparados para o trabalho que não virá jamais, apenas na forma de atividade não-rentável, que reproduz o sistema em um patamar menos qualificado. A contradição permanece. Se a contradição se aprofunda, significa que há um ponto de ruptura, o que geralmente acontece é a necessidade de reformar o capitalismo ou reestruturá-lo no sentido de manter as ordens estabelecidas, mas é aqui que podemos encontrar uma oportunidade, isto é, aprofundar a crise, em outras palavras, aprofundar a contradição para que o mundo se liberte deste fantasma.
Crítica Social. Crítica sobre a sociedade que tem no sistema do capital sua fundamentação atual, sua condição de moldar os indivíduos e suas instituições. Entre muitos aspectos, a necessidade, o trabalho, a produção de valor, a alienação e o fetiche são os alvos desta crítica. Como superar o capitalismo? Daí não perdermos de vista a capacidade de indignação ao sistema que historicamente desumaniza a todos. Atanásio Mykonios
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