quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Os negócios estatais

Por Atanásio Mykonios

 

Em geral, a gente não sabe o que é público ou estatal. Também pouco entende sobre empresa pública ou estatal ou privada. Dizem por aí, que quando alguém é eleito, fará as coisas que prometeu e a gente então, dá uma espécie de carta branca. Além disso, a gente não sabe quase nada de patrimônio estatal ou público. A gente pensa que público é uma coisa é estatal é outra. A gente recolhe impostos. O governo então decide vender uma coisa que é de todo mundo. Mas ele não pergunta pra gente. Vai lá e vende. Também, a gente não se importa muito. A turma quer viver, sobrevir e fugir de problemas. O governo vende, mas o serviço continua. O governo sempre diz que dá prejuízo e que é pro nosso bem, assim como a nossa mãe. Aí alguém compra e o serviço continua. Geralmente fica mais caro. Vendeu. E agora? O que faz com o dinheiro? Afinal ele não é da galera? Não tinha de repartir com o pessoal? Em geral, o governo não tinha de tentar vender mais caro? Bom, eu só acho que a gente é sempre engambelado nessa história.

A Tese 9

 

Em 2015, para quem não sabe, o Grupo Crítica Social elaborou as suas 11 Teses, que apresentam as conclusões a que o Grupo elaborou ao longo daqueles anos de atuação, desde 2004. Destaco aqui a Tese 9.
 
"As esquerdas que chegam ao poder, tanto no Brasil, quanto em outras partes do mundo, fracassam em seus objetivos, passando a gerenciar as crises cíclicas, até o ponto que em a crise estrutural atinge os Estados-nacionais e colapsam as políticas desenvolvimentistas e sociais dependentes da produção de mercadorias, da valorização do capital e do endividamento estatal. As extremas-direitas enfurecidas se voltam contra os Estados-nacionais. Muitos destes, por sua vez, experimentam o desmonte gradativo de seu território (ou a fragmentação de barbárie pós-política deste) e de sua força de controle sobre os recursos e sobre a produção – ao passo que o Estado Amplo transnacional assume a primazia política. Assim, colapsou o nacional-desenvolvimentismo e os motes tradicionais das lutas de libertação nacional das esquerdas tradicionais. Urge um novo projeto de internacionalização dos trabalhadores e de desmercantilização que constitua uma nova e real alternativa viável."