quinta-feira, 11 de junho de 2015

As Milícias Fascistas Virtuais

Por Atanásio Mykonios


O fascismo de caráter cultural utiliza de milícias virtuais para cassar a esquerda nos espaços virtuais - na internet.
Esse tipo de fascismo surge à sombra do movimento de extrema-direita, que é xenófobo, com traços escravocratas, racista, moralista e de um economicismo rasteiro.
No interior dessas milícias fascistas, podemos encontrar inúmeros fiéis cristãos. É o fascismo religioso que se mistura de modo muito adequado a interesses morais, racistas e xenófobos do fascismo.
São milícias, que em sua grande maioria, se dissolvem no mundo real. Mas criam a impressão de que são muito poderosas, fortes e numerosas.
Os fascistas, sejam eles reais ou virtuais só sabem agir em bando.
No mundo virtual sua ação é de ataque. Quando podem, atacam gratuitamente quem eles identificam como sendo de esquerda. Alguns são franco atiradores. Disparam seu discurso odioso sem pedirem licença.
Insultam, ofendem, não querem e pensam não precisarem de argumentos. Alguns agem como se estivessem em plena guerra santa.
A verdade para os fascistas está na cara e quem não a admite faz parte do "outro lado" que deve ser combatido.
Sua raiva e seu ódio têm uma razão lógica de ser, para os fascistas, a verdade de seu ódio não precisa ser demonstrada, por isso o ataque frontal, o insulto, a agressão, que para eles não passa de um justo veredicto.
Não precisam de argumentos. Utilizam a violência. O estilo fascista de agir é considerando uma estética da agressão. A estética da violência armada, no caso, com a palavra.
Agem sempre da mesma forma. Parece haver um padrão. Desqualificam o conhecimento da história, utilizam jargões, incineram a experiência social, esquecem sua condição.
A cultura virtual veio pra ficar. As milícias fascistas virtuais também se organizam presencialmente, conseguem alguma mobilização, mas ainda não atinge as massas.
Mas aprenderam rapidamente agir por meio da palavra virtualizada.
Os membros dessas milícias se recusam a dialogar pessoalmente. Agem mesmo como milícias que se articulam e atacam. Mas individualmente, a maioria não sabe se defender.
É bem verdade que existe a possibilidade de que tais milícias passem a praticar a violência fascista nas ruas e nas quebradas. Mas para isso já contam com a inestimável ajuda das forças de segurança oficiais.
O ódio social é uma arma política. A internet hoje é uma arma política. Mas também é um espaço da agressão e da máscara. De informações e desinformação.
Os milicianos fascistas jamais estarão dispostos a um diálogo. Sempre atacarão. Sempre estarão propensos a ofender, a humilhar, a rotular e a não considerarem outros argumentos.
Racionalidade passa longe. Além do mais, estão absurdamente certos de que sua causa é a única. O que aparece de imediato em seu discurso são todos os componentes de uma suposta imoralidade social que atingiria a família, as relações sociais, as relações econômicas e o Estado (com a corrupção perpetrada por um único grupo, que se torna então o inimigo a combater).
Para os milicianos fascistas o inimigo está por toda parte e deve ser combatido por todas as formas. O inimigo comum para os fascistas culturais é a imoralidade, travestida de esquerda e pelos gays.
Quem diria, as milícias fascistas chegaram ao mundo virtual.
Esperemos os próximos desdobramentos dessa dinâmica esquizofrênica.