Para o Fórum Mundial da Educação
Para o dia 14 de setembro de 2007
Atanásio Mykonios`
Paulo Marques
Kelen Chacon
A compreensão do problema social da Educação atual passa por uma propedêutica histórica, isto requer que tenhamos como base inicial para o entendimento acerca do que podemos chamar de colapso, de um estudo histórico, que trará à tona parte das razões que poderão explicar o problema vivido. Implica reconhecer que a Educação é um processo que acompanha a cultura, é expressão da passagem histórica do saber acumulado pelas gerações passadas, pela experiência, pela produção material e simbólica.
Por isto, a história não pode ser colocada em um quadro, mas deve ser trazida à baila como uma tentativa de empreender uma visão do todo e das transformações vividas pela escola que são as nossas próprias experiências. Sem dúvida, vivemos um momento de extremo mal-estar, frustração, e de uma profunda nevoa que encobre o ensino. Estamos diante de uma nova realidade e que nos deixa tristes. Não conseguimos ensinar, os alunos não conseguem e, de alguma forma, farejamos que não querem aprender. Não se interessam, não dispõem de ferramentas adequadas de cognição. Por outro lado, como o processo formal de ensino é seqüencial, cabe jogarmos a responsabilidade no passado e nas séries anteriores. Nossa frustração e nosso sentimento de profunda inferioridade material diante do mundo desenvolvido exigem que tenhamos uma reparação moral, porque somos diariamente desrespeitados em nossa honra como professores e o Estado, a quem servimos com profunda má-vontade, não dá uma resposta porque não pode fazê-lo, está refém como todos estamos de uma situação que experimenta profundas mudanças que não estão contidas em apenas um protagonista.
É a transformação social. Os fundamentos do jogo continuam os mesmos. Estes fundamentos do capitalismo, substancialmente, não sofreram mudanças. O que mudou? O jogo permanece, alguma coisa no jogo está mudando, mas o jogadores não perceberam com clareza esta mudança. O jogo é maior que os jogadores e, no entanto, os jogadores imaginam que podem dominá-lo apenas vencendo os contendores. Há uma luta entre os diversos times que jogam o jogo, pobres, estado, instituições, religiões, família, classes médias, os gestores do capitalismo, as forças produtivas, os movimentos, os miseráveis, os fanáticos, os doentes, os ignorantes, enfim, há diversos times que disputam o jogo, mas o jogo não é de um único time.
Cabe a nós fazermos uma crítica social e uma crítica baseada em reflexões que não se encontram em mecanismos de contenção, ou de compensação paliativa dos problemas que enfrentamos. Trazemos uma tentativa de compreensão do problema da Educação atual e defendemos, como tese e ponto de partida, a constatação de que a Educação vive o seu momento histórico, o momento em que muitos imaginaram que não chegaria, e que tantos outros até sonharam com este momento, que poderia representar, ao menos, um ponto de inflexão e de tomada de consciência do problema da Educação. Muitos de nós imaginávamos que ao chegarmos neste presente, o do Colapso, então algo poderia ser erguido da poeira deixada pela tragédia, mas podemos, ao contrário, observar que a crise se alastra e o Colapso não é apenas exatamente estrutural, como um edifício que desaba, mas um Colapso de toda a concepção do modo de se jogar o jogo.
Sem dúvida, há outro elemento que se agrega a esta questão: o fato de que o termo Colapso tem um sentido de provocação e interpelação na medida em que com este podemos encontrar ao menos alguns ouvidos atentos para apreender o que temos a dizer acerca do problema social da Educação.
Neste sentido, vale ressaltar que a Educação é a conseqüência de um modelo social, modelo este que engendra a produção material, a produção imaterial, a produção simbólica, o tempo social, o espírito de uma cultura. Tem a ver com questões práticas, questões de ordem pragmática e, categoricamente, diz respeito a escolhas sociais, escolhas que estão para aquém e além do simplesmente subjetivo, trata de formar uma consciência social e aprofundá-la para uma grande parte dos indivíduos, como sujeitos sociais.
Mas, por outro lado, nem sempre a Educação anda no mesmo compasso do espectro social, há profundos descompassos, em que muitas vezes a sociedade caminha com uma velocidade e a Educação anda em velocidades mais lentas. E é o que parece acontecer com nossa Educação atual. A sociedade avançou em sua estrutura produtiva, mudou sua qualidade de conhecimento, alterou a produção material com o incremento de mudanças profundas na ordem da tecnologia, alterou as relações de trabalho, as relações humanas, modificou as necessidades, mudou as relações políticas, o Estado tem uma nova prerrogativa, mas parece permanecer atado a interesses fisiológicos. E, diante disto, a Educação se transformou em uma bandeira da modernidade, ela garantiria o bom comportamento, a inclusão social, a disciplina, a ordem, a obediência, a certeza de que as luzes penetrariam na consciência humana e a salvariam da ignorância e das trevas sociais. Uma bandeira que não consegue ser desfraldada, tornou-se um pesadelo o ensino, tornou-se uma cruz estampada nos olhos dos professores durante os intervalos na sala de encontros com os colegas. Evasões, doenças, frustrações, recalques, violência, agressões, tristeza, desmotivação, perda de incentivo, pressões burocráticas, estruturas falidas, etc. Um tempo de profundas inquietações. Um tempo em que parece ser necessário auscultar o tempo presente, colocar-se em uma atitude crítica e questionar a sociedade como um todo.
Por isto, a história não pode ser colocada em um quadro, mas deve ser trazida à baila como uma tentativa de empreender uma visão do todo e das transformações vividas pela escola que são as nossas próprias experiências. Sem dúvida, vivemos um momento de extremo mal-estar, frustração, e de uma profunda nevoa que encobre o ensino. Estamos diante de uma nova realidade e que nos deixa tristes. Não conseguimos ensinar, os alunos não conseguem e, de alguma forma, farejamos que não querem aprender. Não se interessam, não dispõem de ferramentas adequadas de cognição. Por outro lado, como o processo formal de ensino é seqüencial, cabe jogarmos a responsabilidade no passado e nas séries anteriores. Nossa frustração e nosso sentimento de profunda inferioridade material diante do mundo desenvolvido exigem que tenhamos uma reparação moral, porque somos diariamente desrespeitados em nossa honra como professores e o Estado, a quem servimos com profunda má-vontade, não dá uma resposta porque não pode fazê-lo, está refém como todos estamos de uma situação que experimenta profundas mudanças que não estão contidas em apenas um protagonista.
É a transformação social. Os fundamentos do jogo continuam os mesmos. Estes fundamentos do capitalismo, substancialmente, não sofreram mudanças. O que mudou? O jogo permanece, alguma coisa no jogo está mudando, mas o jogadores não perceberam com clareza esta mudança. O jogo é maior que os jogadores e, no entanto, os jogadores imaginam que podem dominá-lo apenas vencendo os contendores. Há uma luta entre os diversos times que jogam o jogo, pobres, estado, instituições, religiões, família, classes médias, os gestores do capitalismo, as forças produtivas, os movimentos, os miseráveis, os fanáticos, os doentes, os ignorantes, enfim, há diversos times que disputam o jogo, mas o jogo não é de um único time.
Cabe a nós fazermos uma crítica social e uma crítica baseada em reflexões que não se encontram em mecanismos de contenção, ou de compensação paliativa dos problemas que enfrentamos. Trazemos uma tentativa de compreensão do problema da Educação atual e defendemos, como tese e ponto de partida, a constatação de que a Educação vive o seu momento histórico, o momento em que muitos imaginaram que não chegaria, e que tantos outros até sonharam com este momento, que poderia representar, ao menos, um ponto de inflexão e de tomada de consciência do problema da Educação. Muitos de nós imaginávamos que ao chegarmos neste presente, o do Colapso, então algo poderia ser erguido da poeira deixada pela tragédia, mas podemos, ao contrário, observar que a crise se alastra e o Colapso não é apenas exatamente estrutural, como um edifício que desaba, mas um Colapso de toda a concepção do modo de se jogar o jogo.
Sem dúvida, há outro elemento que se agrega a esta questão: o fato de que o termo Colapso tem um sentido de provocação e interpelação na medida em que com este podemos encontrar ao menos alguns ouvidos atentos para apreender o que temos a dizer acerca do problema social da Educação.
Neste sentido, vale ressaltar que a Educação é a conseqüência de um modelo social, modelo este que engendra a produção material, a produção imaterial, a produção simbólica, o tempo social, o espírito de uma cultura. Tem a ver com questões práticas, questões de ordem pragmática e, categoricamente, diz respeito a escolhas sociais, escolhas que estão para aquém e além do simplesmente subjetivo, trata de formar uma consciência social e aprofundá-la para uma grande parte dos indivíduos, como sujeitos sociais.
Mas, por outro lado, nem sempre a Educação anda no mesmo compasso do espectro social, há profundos descompassos, em que muitas vezes a sociedade caminha com uma velocidade e a Educação anda em velocidades mais lentas. E é o que parece acontecer com nossa Educação atual. A sociedade avançou em sua estrutura produtiva, mudou sua qualidade de conhecimento, alterou a produção material com o incremento de mudanças profundas na ordem da tecnologia, alterou as relações de trabalho, as relações humanas, modificou as necessidades, mudou as relações políticas, o Estado tem uma nova prerrogativa, mas parece permanecer atado a interesses fisiológicos. E, diante disto, a Educação se transformou em uma bandeira da modernidade, ela garantiria o bom comportamento, a inclusão social, a disciplina, a ordem, a obediência, a certeza de que as luzes penetrariam na consciência humana e a salvariam da ignorância e das trevas sociais. Uma bandeira que não consegue ser desfraldada, tornou-se um pesadelo o ensino, tornou-se uma cruz estampada nos olhos dos professores durante os intervalos na sala de encontros com os colegas. Evasões, doenças, frustrações, recalques, violência, agressões, tristeza, desmotivação, perda de incentivo, pressões burocráticas, estruturas falidas, etc. Um tempo de profundas inquietações. Um tempo em que parece ser necessário auscultar o tempo presente, colocar-se em uma atitude crítica e questionar a sociedade como um todo.
Um jogo maior que contem aqueles que jogam e indiferente a contenda ou contendas permanece alheio aqueles que lhe permitem a condição do movimento. Um jogo que em seu alheamento é ditado por iniciativas de uma produção que foge e se aproxima daqueles que jogam, daqueles que perdem e daqueles que ganham...
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