Meu tempo, meu sentido
A rotina, o desejo, a vida
A miséria, a miséria, a miséria
Como nasce, como morre
Riqueza, pobreza, angústia
A rosa caída, o homem caído
Capital, bolsa, investimento
De cada qual nada se veste
A vida solitária em mundos preenchidos
As gôndolas absolutas
Carros e abundância
Mais gordos, mais lentos
Mais técnicos
Botões para apertar
Telas que nos mostram o virtual
Nada permanece
Colonizado o corpo
A mente, o tempo
Do trabalho, o valor
O controle, o ajuste
Rentáveis do mundo se unem cada vez mais
Coloniza a vida, espírito do tempo
Capital, província, estado
Tudo tomado, longa noite para a humanidade somos todos iguais
Na noite, no dia, somos iguais
As armas de plantão apontam para a repressão
Qualquer voz está calada?
Não há ilusões
O tempo da queda está presente
O espírito do mundo agoniza pelo capital, em nome do capital
Dinheiro? Ora, para quê? A vida toda é valor
Uma montanha infinita do valor sobre o valor
O cume da cisão, lá de cima vemos o mundo subsumido
Aqui embaixo, formigas humanas se acotovelam
Resta a esperança? Resta o legado da vida que persiste
Agora o mundo é um só, nosso sonho se realizou
A vida é uma grande mercadoria
Basta isto para nos tornarmos mais imbecis