Por Atanásio Mykonios
Crítica Social. Crítica sobre a sociedade que tem no sistema do capital sua fundamentação atual, sua condição de moldar os indivíduos e suas instituições. Entre muitos aspectos, a necessidade, o trabalho, a produção de valor, a alienação e o fetiche são os alvos desta crítica. Como superar o capitalismo? Daí não perdermos de vista a capacidade de indignação ao sistema que historicamente desumaniza a todos. Atanásio Mykonios
Por Atanásio Mykonios
Por Atanásio Mykonios
Há
quem comemore a demissão desse Rodrigo Constantino. É preciso observar
que as empresas de comunicação que empregavam esse jornalista, têm
ligações com o poder econômico e não seria diferente, não o é de fato.
Assim como uma empresa como Facebook, que é um eficiente meio de
comunicação para drenar a mercadoria mais valorizada que nós produzirmos
- a informação. Qual a diferença entre o jornalista que emite opiniões e
ganha dinheiro, em troca dessa atividade, e eu, que escrevo no
Facebook? Primeira diferença, a audiência. Segunda, eu produzo pequenos
textos, e os algoritmos transformam isso em mercadoria para o sistema do
Capital sem qye eu nada receba em troca. Ambas as empresas atuam como
elementos-chave tanto do ponto de vista ideológico quanto econômico. Eu e
esse jornalista de merda temos mais em comum do que a minha vã
filosofia pode supor.
Por Atanásio Mykonios
"Toda
unanimidade é burra", disse Nelson Rodrigues. Por que se cobra tanto
que a esquerda tem de ser "unida"? Tem-se o pensamento de que a direita é
unida e por isso, todas as alas à esquerda têm de se unir também. A
direita não é unida, são os capitalistas que conseguem, minimamente,
unir-se em torno do Estado para controlá-lo, com sua força política. A
esquerda tem de ser plural. O que tem de ser uma força política
consistente é a organização dos trabalhadores, pois somos nós, os
trabalhadores que sofremos na pele, o poder econômico e político sobre
nós, na forma da luta para impor a lógica da exploração da nossa
capacidade de trabalho. A esquerda existe e não necessariamente pode
representar os trabalhadores. Essa confusão persiste, em grande medida,
porque em nossa condição de trabalhadores, somos obrigados a viver sob a
égide da subjetividade, devido à total dependência diante do capital.
Se temos apenas a nossa capacidade de trabalho para trocar pela
subsistência, somos lançados, por consequência, na subjetividade quase
absoluta. O problema da esquerda e suas alas é ser capturada pela
subjetividade e nisso, nós trabalhadores, vivemos a confusão ideológica,
que é típica do fetiche social da mercadoria. Demora para compreender
esse processo. A direita sofre do mesmo mal, sua suposta unidade é
apenas a soma dos fatores do bloqueio do real significado da exploração e
do papel do Estado. A maioria dos membros da direita vive no reino da
subjetividade, tanto quanto os trabalhadores em geral.