Por Atanásio Mykonios
Pouca gente sabe que o partido de extrema-esquerda que
havia chegado ao poder na Grécia, o Syriza, que decepcionou os eleitores e a
sociedade de um modo geral, ofereceu concessões de utilização de empresas
asiáticas de 105 anos a rodovias, pedágios, aeroportos e portos. Não sei o que
pode ser mais deletério, concessões ou privatizações. Alguém pode aqui me
questionar, afinal, seria eu um estatizante, um capitalista de estado em
formato bruto? Ocorre que no mundo dos negócios, o segredo está em saber
comprar ao melhor preço, sejam mercadorias o tempo da força de trabalho. Geralmente,
quando se compram serviços estatais, sempre é pelo menor preço, seguindo a
lógica dos comerciantes, mas isso parece não se reverter em benefício para os
usuários.
Geralmente, os serviços comprados ao Estado passam a ser mais caros,
mais onerosos, mais dispendiosos e não cumprem com o seu prometido. Muito menos
os impostos arrecadados para manter aqueles serviços vendidos são descontados
dos trabalhadores. Do ponto de vista capitalista, vender barato é um trunfo de
quem compra, mas aquele que vende, deveria saber que o faz em nome de uma população
e não em nome do Estado. Então, até mesmo no âmbito capitalista, nós deveríamos
exigir melhores condições na venda dos serviços estatais. Mas como nem isso
conseguimos fazer, votamos nas pessoas que chegam ao Estado para vender ao
menor preço – estranho isso!