Atanásio Mykonios
Não parece possível uma consciência absoluta que apreenda a realidade e a submeta. O espírito do tempo é o caos como espírito de si mesmo. O sonho nutrido dos mentores da sociedade pós-guerra agora atinge seu ápice. A fragmentação da formação social amplia a capacidade de movimento da consciência, cujo aspecto universal e abstrato reside na categoria máxima atingida pela sociedade que produz consumo e valor. Para os indivíduos, resta um espectro difuso de consciência aplicada como método científico a fim de garantir sua segurança pelos caminhos do caos. A democracia se confunde com o direito fragmentado dos sujeitos sociais, atuam para amealhar o que lhes é possível e neste caos, ninguém se atreve a uma solidificação ou unificação da consciência, pois há o pavor de que as estruturas unificadoras e assassinas voltem a conduzir todos para a destruição. Essa realidade árida transforma os seres humanos em fantasmas de si mesmos. Chegamos ao espírito absoluto da consciência da mercadoria, que paira sobre todos e todos se submetem, condicionados ao caos na Terra, enquanto o espírito absoluto incólume permanece.