Por Atanásio Mykonios
O que mais me incomoda e faz sofrer, no interior das lutas, principalmente na universidade, é que as pessoas que querem fazer política, as poucas que ainda se interessam e se inquietam, não conseguem levar em conta o fator da economia. Isto é, não conseguem entender que a base de toda luta política contra a destruição e a desigualdade começa por entender as relações de poder econômico, as relações de exploração e produção. Quem sustenta a universidade? De onde vem o dinheiro, concretamente falando, quem sustenta materialmente os nossos salários e as nossas ações? Vem dos trabalhadores mais pobres. Como isso não faz parte do entendimento e do horizonte da maioria que trabalha na universidade, há uma abissal indiferença, o que gera um olhar ilusório quanto ao objeto de luta. Então, tentam fazer política sem conhecer a substância dessa realidade. Isso dói profundamente, porque a esquerda e a direita se igualam nesse campo de atuação, são duas esferas completamente alienadas, cujo padrão é sempre moralizar tudo. Enquanto isso, não conhecem aqueles que produzem a riqueza que nos sustenta, ou não querem conhecer, o que parece mais adequado. Nisso, os servidores públicos são tão vítimas do fetiche quanto os religiosos.
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