Crítica Social. Crítica sobre a sociedade que tem no sistema do capital sua fundamentação atual, sua condição de moldar os indivíduos e suas instituições. Entre muitos aspectos, a necessidade, o trabalho, a produção de valor, a alienação e o fetiche são os alvos desta crítica. Como superar o capitalismo? Daí não perdermos de vista a capacidade de indignação ao sistema que historicamente desumaniza a todos. Atanásio Mykonios
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sexta-feira, 29 de maio de 2020
A luta ideológica e a indústria da falsidade (nova face da luta de classes)
Por Atanásio Mykonios
Interessante
as reações. Um bando de criminosos que age à revelia, nos porões das gavetas
sociais e que tem poder político. As esquerdas não tiveram condições de
confrontar o exército de robôs porque não tinham e não têm capital para isso. É
compreensível. Temos de entender que estamos lidando com uma batalha cujo
inimigo utiliza a cultura da imagem e possui capital e capacidade de
intervenção e capacidade de inverter a balança de poder a seu favor. Esse
confronto tem características muito diferentes do ponto de vista das
consequências políticas. Só agora foram confrontados no campo onde ainda é
possível, no jurídico, pelo menos aqui no Brasil. Lá fora começa a haver quem
os confronte com tecnologia, aqui somos pobres e sempre chegamos atrasados nas
lutas. O campo da batalha agora é outro, até os trabalhadores mais pobres já
estão familiarizados com esse campo, e por isso mesmo, são o alvo preferido do
exército tecnológico. Por isso a reação animalesca dos promotores dessa
política, com seus instrumentos, seus robozinhos, seus brinquedinhos escondidos
no quarto da empregada, sua tecnologia da falsidade em escala industrial.
Reagem como adolescentes raivosos, cujos pais querem controlar seu passa tempo
favorito. Se nós não temos poder econômico para lidar com esse poder à
extrema-direita, que é capaz de provocar verdadeiros terremotos políticos,
bloqueando os significados, retorcendo a verdade, porque esse é o sentido real
da ideologia, temos de nos preparar para essa nova face da luta de classes. A
luta presencial historicamente é e será importante, mas a luta no campo virtual
veio para ficar.
O espetáculo da educação
Por Atanásio Mykonios
No
espetáculo da sociabilidade, a educação não poderia ficar de fora. Chegou a
hora e a vez do espetáculo da educação a distância. O show da educação através
dos computadores e celulares. O distanciamento social se converte em
distanciamento pedagógico. A didática se transforma em show de horrores.
Professores e professoras se tornam apresentadores de programas de auditório. O
show não pode parar. Tirem as crianças da sala!!! As aulas presenciais, que
eram terrivelmente sofridas, agora são transmitidas em cadeia municipal ou
estadual de limpeza social, todos em casa sem condições materiais. O auditório
presencial é substituído pela tela individual. Em breve uma só pessoa
apresentará as aulas. Os artistas da educação não terão sequer direito à
produção, nem maquiagem, muito menos camarim. Assistiremos a anúncios de
papelarias, copiadoras, livrarias, editoras, moda estudantil, etc. Enfim, o
espetáculo da educação será a educação do espetáculo. Os estudantes serão os
espectadores do vazio do conhecimento, a tecnologia da informação é a nova
ideologia de classe para reproduzir as estruturas de exploração. Os
trabalhadores mecanizados agora serão trabalhadores informatizados. Bits e
bytes compõem a educação. Por trás de tudo isso, no fundo, os novos educadores
serão os algoritmos.
segunda-feira, 18 de maio de 2020
sexta-feira, 1 de maio de 2020
Nosso dia
Por Atanásio Mykonios
1 de maio. Dia do trabalhador. Dia da história dos que são explorados, oprimidos, humilhados, desterrados. De todos os assalariados, dos desempregados e das mulheres. É o dia das populações famintas, dos encarcerados e das mães. É o dia do sangue e da chibata, do tronco, das faxineiras e dos ambulantes. 1 de maio. Dia da trabalhadora e do vagabundo, dos pedintes e dos abandonados. É da criança no cruzamento, do pipoqueiro, do pescador e de todas as prostitutas. É o dia das greves e das demissões, dos doentes e estudantes, que trabalham produzindo seu saber. 1 de maio, é dos negros encarcerados, dos poetas e pintores. É a história do suor, da venda e da compra. É o dia 1 de maio, dos velhos, dos aposentados e do ambulante, da enfermeira e do padeiro. Sim, é dos que lutaram e dos que morrem, do gari e das fiandeiras, das cabeleireiras e dos ubers. E dos garçons e dos esquecidos, dos guardadores de carros e flanelinhas, dos andarilhos e do repositor do supermercado, de tantos açougueiros e das rimas desfeitas. É de todos nós que vendemos nossos corpos para produzir capital e miséria. O 1 de maio, o mês da mãe, do ventre, das grávidas, dos sonhadores, dos resistentes, dos embotados. O dia dos professores, dos escritores e revolucionários. É o dia 1 de maio. Os trabalhadores merecem a reverência, o trabalho não merece essa reverência. É o dia da vergonha, da revolta e do grito, do fetiche, da luta e dos lábios que gritam Liberdade.
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