Por Atanásio Mykonios
1 de maio. Dia do trabalhador. Dia da história dos que são explorados, oprimidos, humilhados, desterrados. De todos os assalariados, dos desempregados e das mulheres. É o dia das populações famintas, dos encarcerados e das mães. É o dia do sangue e da chibata, do tronco, das faxineiras e dos ambulantes. 1 de maio. Dia da trabalhadora e do vagabundo, dos pedintes e dos abandonados. É da criança no cruzamento, do pipoqueiro, do pescador e de todas as prostitutas. É o dia das greves e das demissões, dos doentes e estudantes, que trabalham produzindo seu saber. 1 de maio, é dos negros encarcerados, dos poetas e pintores. É a história do suor, da venda e da compra. É o dia 1 de maio, dos velhos, dos aposentados e do ambulante, da enfermeira e do padeiro. Sim, é dos que lutaram e dos que morrem, do gari e das fiandeiras, das cabeleireiras e dos ubers. E dos garçons e dos esquecidos, dos guardadores de carros e flanelinhas, dos andarilhos e do repositor do supermercado, de tantos açougueiros e das rimas desfeitas. É de todos nós que vendemos nossos corpos para produzir capital e miséria. O 1 de maio, o mês da mãe, do ventre, das grávidas, dos sonhadores, dos resistentes, dos embotados. O dia dos professores, dos escritores e revolucionários. É o dia 1 de maio. Os trabalhadores merecem a reverência, o trabalho não merece essa reverência. É o dia da vergonha, da revolta e do grito, do fetiche, da luta e dos lábios que gritam Liberdade.
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