Por Atanásio Mykonios
Ora, desculpem-me os
professores, também sou. Mas, o problema da valorização do professor é um
problema capitalista e não moral nem de merecimento. O capitalismo é um modo de
produzir valor, numa perspectiva crescente de valorização desse valor. O valor
é a lei do capital, cada trabalhador vale como valor econômico, não como
pessoa. O nosso problema não é moral! Não é porque formamos pessoas, porque as
pessoas precisam de um professor que a sociedade e os governantes devem
dar mais salário para os professores; não é porque formamos os filhos dos
trabalhadores ou que formamos futuros profissionais é que devemos ser
“valorizados”. Na verdade, devemos nos perguntar se na cadeia de produção
capitalista o que o professor representa como elemento de rentabilidade
capitalista. O Estado é uma entidade capitalista! De forma capitalista o Estado
olha para nós como mão de obra – o Estado é uma empresa que tem o monopólio de
outorgar a minha identidade e de me prender, ele tem o monopólio da violência.
Somos rentáveis, damos lucro? O Estado vive do valor do capital. A maioria dos
professores leciona para a massa de jovens que não tem oportunidades nem terá
emprego no futuro. No fundo, todos nós sabemos disso! Que valor produzimos para
o capitalismo? Quantos dos nossos alunos irão produzir valor para o sistema?
Mas se eu for um professor de uma FGV que forma a elite administrativa e cada
profissional rende para o capital mais valor, então eu vou ganhar mais. Se o
problema é capitalista, então temos duas alternativas, ou acabamos com o
capitalismo e a produção de valor ou nos transformamos em negociantes melhores.
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