A mercadoria é constituída pelo valor em sua origem, portadora de uma simbiose na qual o produto do trabalho, que é trabalho objetivado e cria objetos em valor de uso, se transforma em coisa mascarada pelo valor de troca, revestida por este em novo conteúdo: a mercadoria - sua alma ou seu fantasma. Para constituir o valor, há uma espécie de inversão do trabalho humano, destinado a uma nova condição social, arrancado da história e submetido ao propósito exclusivo do valor de troca, cujo resultado não é mais a atividade humana na relação com a natureza e o mundo, metabolismo que engendra e constitui a totalidade humana e que expressa um conjunto de necessidades e satisfações de cunho social e individual - é a produção na forma-valor, ativada como princípio fundamental do sistema.
A atividade humana é crucial para formação do homem, para sua determinação social; o trabalho não é apenas para o homem em sua singularidade, é para si na relação e pela relação com os outros homens, constitui-se fundante do processo social e de sua história, “aumento de valor do mundo das coisas” (MARX, 1967, p. 90).
O que se produz tem o caráter histórico à medida que assume a expressão do próprio homem, em sua existência, passando por sua tradição, identidade e conseqüentemente, juntamente com sua corporalidade, pois assume a dimensão de fazedor da própria realidade humana, não uma realidade isolada do mundo, das relações objetivas, é a constituição do homem em sua totalidade, por isto, “Aquilo que os indivíduos são depende, portanto das condições materiais da sua produção” (MARX, 1984, p. 15). E. para dar sustentação ao processo histórico, é a mediação e esta expressa o homem no mundo pelo seu modo de produzir, daí que “Esta produção só aparece com o aumento da população e pressupõe a existência de relações entre os indivíduos. A forma dessas relações é por sua vez condicionada pela produção” (Ibidem, p. 15-16).
É imprescindível que a sociedade busque formas de discernir os aspectos do valor, que carrega em seu interior uma contradição que necessita de ser compreendida, pois o sistema arranca da própria humanidade sua capacidade de realização e por se tratar de um modo único na história, de profunda escravidão social.
Enquanto não se enfrentar o valor não haverá possibilidade concreta de superação do sistema, esta no sentido dialético. Enfrentar esta questão não se faz apenas extirpando o dinheiro como meio de circulação, o dinheiro é o signo do processo, o equivalente geral, mas o que determina o processo do capitalismo é a forma como a produção se destina para a troca. Nem tampouco na organização social da distribuição, como ética distributiva. Portanto, generalizar o conforto, o progresso, o consumo, o acesso aos produtos não dá qualquer segurança quanto à justiça social. A emancipação do capitalismo implica voltar a atenção para a origem do processo e compreendê-lo na sua complexidade e evolução históricas e sua conseqüência radical é a revisão das necessidades de modo geral e no seu caráter individual.
A necessidade merece um destaque, pois é determinada pelo valor e desta forma, se desprende do conteúdo real, seja de uma região, de uma tradição, de uma cultura, de um modo peculiar de vida e assume um caráter universal, mesmo que não haja possibilidade de satisfazer a todos os indivíduos da cadeia de consumo. Quanto maior o nível de abstração, desprendido da base real, mais o sistema avança e aponta para suas contradições internas e, de outro lado, revela a exaustão dos recursos materiais manipulados pela produção. A base material não se multiplica, enquanto que a mais-valia (valor-sobre-valor) tem velocidade proporcional à necessidade de expansão do sistema, transformando a relação entre o que se produz e a abstração do valor em um vácuo que aumenta em escala progressiva.
Trabalho – Valor – Mercadoria – Troca – Necessidade – Tempo, será necessária a revisão desta cadeia e a questão urge. As duas pontas se unem e são solidárias desde seu início, isto é, Trabalho-Valor / Necessidade-Tempo. A necessidade não poderá ser abordada sem se levar a questão crucial do trabalho-valor, o que implica re-visitar todo o processo social produtivo. Mercadoria e dinheiro estão no centro, estabelecendo um movimento contínuo. Inicialmente tem-se a tendência, inclusive histórica, de enfrentar o problema a partir da mercadoria, criando mecanismos de distribuição da mesma, mas mantendo-se o processo do trabalho-valor quase intacto ou, no sentido de controlar o valor, o preço e a distribuição, gerando assim a ética da distribuição.
O modo como se produz, o que se produz e em especial o tratamento dado à produção com vistas exclusivas à troca, dá o sentido à mercadoria que se destaca como um elemento desprendido da história, do concreto da atividade humana, do trabalho em sentido geral. De nada adiantará rever o binômio originário do capitalismo se, ao mesmo tempo, não dermos atenção ao aspecto que determina a aquisição da mercadoria, a saber, a necessidade e, em conformidade com esta, o elemento que regula o processo, do princípio ao fim, o tempo. O tempo social da produção, da circulação e o da aquisição, configuram o tempo humano que controla e coage para um único fim, compra e venda, com a substituição dos modos de produção pela tecnologia e assim, parece necessário incluir o tempo relativo ao trabalho, em função das novas realidades sociais impostas pela tecnologia. O que fazer com o tempo diante de uma rarefação do trabalho?
A questão da necessidade se torna visceral. Quais são as reais necessidades? Após uma imensa estratificação dos produtores e dos produtos, após a evolução e crescimento dos modos de consumo, e o incremento de processos tecnológicos cada vez mais qualitativos que produzem uma fragmentação social, e uma realidade extremamente complexa, que se apresenta desgarrada da quantidade material disponível para o consumo, gerando um quadro de expectativas ilusório posto pela relação entre o valor disponível e a base real (material) da natureza, estamos diante de um fantasma. Será imprescindível abordar a questão da necessidade.
A atividade humana é crucial para formação do homem, para sua determinação social; o trabalho não é apenas para o homem em sua singularidade, é para si na relação e pela relação com os outros homens, constitui-se fundante do processo social e de sua história, “aumento de valor do mundo das coisas” (MARX, 1967, p. 90).
O que se produz tem o caráter histórico à medida que assume a expressão do próprio homem, em sua existência, passando por sua tradição, identidade e conseqüentemente, juntamente com sua corporalidade, pois assume a dimensão de fazedor da própria realidade humana, não uma realidade isolada do mundo, das relações objetivas, é a constituição do homem em sua totalidade, por isto, “Aquilo que os indivíduos são depende, portanto das condições materiais da sua produção” (MARX, 1984, p. 15). E. para dar sustentação ao processo histórico, é a mediação e esta expressa o homem no mundo pelo seu modo de produzir, daí que “Esta produção só aparece com o aumento da população e pressupõe a existência de relações entre os indivíduos. A forma dessas relações é por sua vez condicionada pela produção” (Ibidem, p. 15-16).
É imprescindível que a sociedade busque formas de discernir os aspectos do valor, que carrega em seu interior uma contradição que necessita de ser compreendida, pois o sistema arranca da própria humanidade sua capacidade de realização e por se tratar de um modo único na história, de profunda escravidão social.
Enquanto não se enfrentar o valor não haverá possibilidade concreta de superação do sistema, esta no sentido dialético. Enfrentar esta questão não se faz apenas extirpando o dinheiro como meio de circulação, o dinheiro é o signo do processo, o equivalente geral, mas o que determina o processo do capitalismo é a forma como a produção se destina para a troca. Nem tampouco na organização social da distribuição, como ética distributiva. Portanto, generalizar o conforto, o progresso, o consumo, o acesso aos produtos não dá qualquer segurança quanto à justiça social. A emancipação do capitalismo implica voltar a atenção para a origem do processo e compreendê-lo na sua complexidade e evolução históricas e sua conseqüência radical é a revisão das necessidades de modo geral e no seu caráter individual.
A necessidade merece um destaque, pois é determinada pelo valor e desta forma, se desprende do conteúdo real, seja de uma região, de uma tradição, de uma cultura, de um modo peculiar de vida e assume um caráter universal, mesmo que não haja possibilidade de satisfazer a todos os indivíduos da cadeia de consumo. Quanto maior o nível de abstração, desprendido da base real, mais o sistema avança e aponta para suas contradições internas e, de outro lado, revela a exaustão dos recursos materiais manipulados pela produção. A base material não se multiplica, enquanto que a mais-valia (valor-sobre-valor) tem velocidade proporcional à necessidade de expansão do sistema, transformando a relação entre o que se produz e a abstração do valor em um vácuo que aumenta em escala progressiva.
Trabalho – Valor – Mercadoria – Troca – Necessidade – Tempo, será necessária a revisão desta cadeia e a questão urge. As duas pontas se unem e são solidárias desde seu início, isto é, Trabalho-Valor / Necessidade-Tempo. A necessidade não poderá ser abordada sem se levar a questão crucial do trabalho-valor, o que implica re-visitar todo o processo social produtivo. Mercadoria e dinheiro estão no centro, estabelecendo um movimento contínuo. Inicialmente tem-se a tendência, inclusive histórica, de enfrentar o problema a partir da mercadoria, criando mecanismos de distribuição da mesma, mas mantendo-se o processo do trabalho-valor quase intacto ou, no sentido de controlar o valor, o preço e a distribuição, gerando assim a ética da distribuição.
O modo como se produz, o que se produz e em especial o tratamento dado à produção com vistas exclusivas à troca, dá o sentido à mercadoria que se destaca como um elemento desprendido da história, do concreto da atividade humana, do trabalho em sentido geral. De nada adiantará rever o binômio originário do capitalismo se, ao mesmo tempo, não dermos atenção ao aspecto que determina a aquisição da mercadoria, a saber, a necessidade e, em conformidade com esta, o elemento que regula o processo, do princípio ao fim, o tempo. O tempo social da produção, da circulação e o da aquisição, configuram o tempo humano que controla e coage para um único fim, compra e venda, com a substituição dos modos de produção pela tecnologia e assim, parece necessário incluir o tempo relativo ao trabalho, em função das novas realidades sociais impostas pela tecnologia. O que fazer com o tempo diante de uma rarefação do trabalho?
A questão da necessidade se torna visceral. Quais são as reais necessidades? Após uma imensa estratificação dos produtores e dos produtos, após a evolução e crescimento dos modos de consumo, e o incremento de processos tecnológicos cada vez mais qualitativos que produzem uma fragmentação social, e uma realidade extremamente complexa, que se apresenta desgarrada da quantidade material disponível para o consumo, gerando um quadro de expectativas ilusório posto pela relação entre o valor disponível e a base real (material) da natureza, estamos diante de um fantasma. Será imprescindível abordar a questão da necessidade.
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