quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A farsa do processo político

A economia de mercado caracteriza-se, notadamente, pela fúria destruidora e pela capacidade de colonizar a natureza das relações sociais e as instituições. Destarte o fato de ainda acreditarmos na pureza das instituições políticas e notadamente o Estado, a história nos mostrou que a política que sempre teve a alcunha de chegar ao poder e administrá-lo com as forças que o Estado oferece, não passa de uma ilusão, que foi nutrida por aqueles que ingenuamente acreditaram na lânguida e áurea condição do Estado, como se estivesse acima das categorias do jogo de mercado e do jogo autodrestrutivo do processo de produção da riqueza mundial.
Há muito, a força da política econômica suplantou o Estado e suas hostes. Desde o fim da I Grande Guerra, as políticas econômicas não são uma pratica do parlamento, ao contrário, este é instruído a guindar seus interesses conforme os interesses dos grandes grupos que fazem a mercadoria exercer o jogo da troca universal.
Isto revela, sobretudo, que há um jogo de farsa, mantido pelas instituições, por aqueles que se locupletam com as farsas e aqueles que ainda lutam por manter um sistema político em colapso.
Devemos partir, após este preâmbulo, da tese de que a política institucional, esta que movimenta as máquinas partidárias, as câmaras e assembleias, os sindicatos, os movimentos e outros, colapsou. Suas decisões não passam de ações cosméticas diante da avalanche de recursos cuja importância não cabe decidir nos gabinetes oficiais.
Este jogo de farsas requer uma denúncia muito comprometida com a democracia. Mas sabemos que quando a economia suplanta decisivamente a política, uma parte do trabalho de cada assalariado é destinado a manter um sistema que está em franca decadência, geme como um moribundo. Isto revela o estrondo devorador de uma máquina social que suga recursos para manter estruturas tecno-burocráticas que servem para controlar o poder e os canais de comunicação e informação, drenando os recursos em tempos de decadência absoluta.
Quando os políticos embolsam dinheiro em suas negociatas, fica evidente que a fonte é o tempo de trabalho de cada cidadão, pois os impostos e a malversação do dinheiro, público e da destinação do dinheiro privado (que não passa de uma coisa só) têm como sustentação um mesmo fundo - o trabalho humano.
Esta posição não é confortável, uma vez que pode se confundir com posturas fascistas, autoritárias, contra a chamada democracia representativa. No entanto, o que mais me impressiona é que na imprensa, hegemonicamente, não se encontram vozes que procuram questionar, criticar, refletir esse processo, interpelá-lo não para reformá-lo, mas para propor uma grande reflexão que supere esse sistema.
Pois não se trata simplemente de sentirmos a desonra pela eleição de Tiriricas ou Suplicys. Honestidade não faz a política melhor.
Essa farsa não deve ser mantida.

2 comentários:

  1. Oi, gregooo!!! Divulguei esse seu texto no meu blog. Dá uma olhada nele e me dê sua opinião.

    É sobre as parafernálias em taubaté, rs!

    http://danielalabarce.blogspot.com/2011/05/jeitinho-brasileiro-da-politica.html

    abração!!!!!!!!!

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  2. alow, grego! Escrevi a continuação do texto que te mandei. Acho que agora está mais legal, rs. E acho que muita gente não vai ler inteiro porque tá grande, kkkkkkk.

    abração!!!!

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Obrigado pelo seu comentário