quinta-feira, 30 de abril de 2020

Ele é feito dessa matéria

Por Atanásio Mykonios

 
 
             Na reunião do Crítica Social, ontem à noite, sobre o processo histórico da derrocada atual, disse o que penso sobre o presidente. Penso que ele é um homem oriundo dos porões, do esgoto social, da ordem dos torturadores. Ele tem um caráter de torturador, seu mundo é o porão da tortura, lá onde o cheiro da carne submetida a toda forma de atrocidade é para ele o perfume seleto. Ele pensa, ele age, ele fala, ele encara o mundo como um torturador à procura do corpo perfeito para humilhar e fustigar lentamente. Sua visão de mundo foi forjada nas celas obscuras, cheias de urina, fezes, gritos no escuro, dores e sangue, que os militares criaram para seu deleite. Seus heróis são do mundo fora do mundo, dessa rotina profissional da morte lenta, do choque, do pau-de-arara, das agulhas, torniquetes e vaginas devoradas por roedores. Ele jamais terá compaixão para com o sofrimento, seja lá de quem for. Sua inteligência é do torturador que não vê nem precisa estar à luz do dia. Eke respira o gás que exala dos canos furados dos corredores fétidos das galerias de sangue. Seus colaboradores se reconhecem pelo mesmo ofício, pelo mesmo ódio profissional e pela mesma predileção em torturar, pelos mais diversos meios. Torturam mulheres, professores, enfermeiras, estudantes, miseráveis, caixas de supermercado, cegos e analfabetos. Um torturador não reconhece nenhuma humanidade, como algoz perfeito, tem o domínio da vida, do corpo, dos olhos, do pensamento, do ânus. É o Senhor da morte. Tripudia, promove a humilhação, idolatra o escárnio, submete e tem prazer pela submissão. Ele é feito dessa matéria, insensível, sem concessão para com suas vítimas. Ele é o algoz perfeito para uma elite assassina e pervertida. Todo torturador é um pervertido. Todo torturador deseja que suas vítimas percam o prumo moral, sejam destruídas, implorem pela morte. O torturador é incansável, insaciável, por carne e dor. Entendam isso de uma vez.

domingo, 29 de março de 2020

Os capitalistas brasileiros e a dívida dos EUA

 Por Atanásio Mykonios


De acordo com Departamento do tesouro dos EUA, a dívida pública do Estado, do ponto de vista de seus títulos mantidos por compradores externos, é dividida da seguinte forma:
China – 17,3%
Japão – 16,05%
Outros País – 8,6%
Brasil – 4,8%
Reino Unido – 4,7%
Reparem, os capitalistas brasileiros detêm 4,8% da dívida pública dos EUA.
A dívida dos governos no mundo é de 69,2 trilhões
A dívida dos EUA hoje está no total de 23,61 trilhões de dólares, portanto, 34,12% de todas as dívidas dos estados-nacionais pertencem aos EUA.
A dívida da China hoje está em 6,60 trilhões de dólares
Segundo o Institute of International Finance, com pesquisas e levantamentos, tendo como fontes o FMI e o BIS (Bank for International Settlements), a dívida total global, nos três primeiros trimestres de 2019, chegou a 252,6 trilhões de dólares.
A soma do PIB produzido mundialmente, em 2019, chegou a 86,593 trilhões de dólares. Ou seja, na verdade, as dívidas mundiais representaram 2,92 vezes mais que o PIB mundial, isto é, 392% do produto interno bruto produzido pelos países mundo afora.
Os 252,6 trilhões foram divididos da seguinte forma:
Dívida das famílias: 47,5 trilhões
Dívida das empresas e corporações não-financeiras: 74,4 trilhões
Setor financeiro: 61,5 trilhões
Governos: 69,2 trilhões

Mais um detalhe.
Os capitalistas brasileiros, segundo o BANCO CENTRAL, em 2018, declararam que seus capitais investidos no exterior foram no total de 493 bilhões de dólares. Isso mesmo.

Ou seja, os capitalistas brasileiros, são credores da dívida pública dos EUA, assim como a China, o Japão etc. Agora a gente entende o papel do PAULO GUEDES em sugar tudo que pode da nossa classe trabalhadora.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Os trabalhadores e a guerra do capital

Por Atanásio Mykonios



Às vésperas da Primeira Grande Guerra, a Itália mergulhou numa crise entre os fascistas de um lado, os comunistas e socialistas do outro.

A questão é decidir se a Itália deveria entrar na Guerra ou não. Os comunistas e socialistas lutavam contra a entrada na Guerra, porque defendiam que os trabalhadores deveriam se unir internacionalmente e não lutarem uns contra os outros, porque era uma guerra dos capitalistas para realinhar o capital.

Enquanto isso, os fascistas queriam que a Itália entrasse de cabeça na Guerra, porque assim o caráter nacionalista do fascismo poderia ser consolidado, um inimigo externo seria o álibi perfeito para unir a nação e constituir a nação fascista.

Agora, os fascistas querem que os trabalhadores cumpram seu papel nessa nova Guerra, o capital precisa dos trabalhadores. Os trabalhadores estão sendo forçados a ir para a linha de frente para não morrerem de fome.

Ocorre, que nesse momento, os socialistas e comunistas não conseguem se contrapor nessa Guerra. E a união em torno do trabalho, não importa quantos morram, para salvar o estômago dos trabalhadores, será o que pode levar os trabalhadores ao sacrifício em nome de uma suposta causa maior.

Essa questão é histórica e emblemática. Bolsonaro cumpre um papel nesse processo, um papel crucial entre levar os trabalhadores à morte ou os trabalhadores levá-lo a sua morte.

sexta-feira, 20 de março de 2020

O tamanho do capital brasileiro no exterior

Por Atanásio Mykonios


 

Segundo o Banco Central (capitais brasileiros no exterior)

• Em 2018, os capitais estrangeiros aplicados na Agricultura, na Indústria e nos Serviços somaram U$ 499,29 bilhões.
• Os investimentos de capitais brasileiros, no Brasil, nos mesmos três setores da economia, no mesmo ano, somaram 345,71 bilhões de dólares
• Por outro lado, os capitais brasileiros no exterior somaram 493,18 bilhões de dólares. Destes, U$ 171,518 bilhões pertenciam a pessoas físicas e U$ 321,66 bilhões a pessoas jurídicas.
• O total de declarantes brasileiros com investimentos de capitais no exterior em 2018 foi de 63464.
• E acima de 1 bilhão de dólares investidos, somaram apenas 46 capitalistas brasileiros.
• Ou seja, os estrangeiros investiram mais do que os brasileiros, no próprio capitalismo nacional. Os capitalistas brasileiros têm um montante de meio trilhão de dólares aplicados e investidos no exterior.
• Agora é possível compreender o que ocorre no Brasil, a razão pela qual os capitalistas brasileiros são essa corja de bandidos.
• E por que o governo é o seu braço armado.
• O número de declarantes em 2007 era de 15231 e em 2018 esse número saltou para 63464 declarantes.
• Ainda em 2018, do total de declarantes, 58597 eram pessoas físicas e 4867 pessoas jurídicas.