Crítica Social. Crítica sobre a sociedade que tem no sistema do capital sua fundamentação atual, sua condição de moldar os indivíduos e suas instituições. Entre muitos aspectos, a necessidade, o trabalho, a produção de valor, a alienação e o fetiche são os alvos desta crítica. Como superar o capitalismo? Daí não perdermos de vista a capacidade de indignação ao sistema que historicamente desumaniza a todos. Atanásio Mykonios
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domingo, 29 de novembro de 2020
domingo, 8 de novembro de 2020
Os mesmos discursos
Por Atanásio Mykonios
Há um complexo nacionalista que afeta a todos os políticos quando são guindados ao poder. Os eleitos parecem que, em seus discursos inaugurais, voltam-se para os supostos valores da nação. A crise do capital em âmbito mundial é tratada com os argumentos subjetivos. Dos venezuelanos aos chineses, dos indianos aos brasileiros, dos estadunidenses aos uruguaios, dos gregos aos franceses. Dilma no seu segundo mandato, Obama, nos dois, Hugo Chaves também, Maurício Macri, Macron, Putin e tantos outros. A nação é exortada, as tradições são ressuscitadas para vencer os inimigos imaginários. A nação ainda é o lugar absolutamente abstrato para fazer frente a problemas estruturais, históricos, materiais e objetivos. A classe trabalhadora é submersa numa realidade fictícia, os problemas são tratados de modo que a nação pode superá-los. O apelo ao espírito nacionalista ressurge, como nos tempos nazistas ou stalinistas. O capital faz o que quer com os países e os seus estados-nacionais. Isso mostra que a mundialização do capital não conhece fronteiras. A ingenuidade está presente, se bem que depois, o movimento real do sistema social do capital e suas necessidades é mais imperioso que a boa vontade e as boas intenções dos governantes, supostamente nacionalistas. O Estado, as fronteiras e a exploração interna continuam imperando. O discurso com o verniz de salvação nacional é um elemento do bloqueio dos significados reais da situação.
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
Este regime
Por Atanásio Mykonios
Qual a diferença?
Por Atanásio Mykonios
Há
quem comemore a demissão desse Rodrigo Constantino. É preciso observar
que as empresas de comunicação que empregavam esse jornalista, têm
ligações com o poder econômico e não seria diferente, não o é de fato.
Assim como uma empresa como Facebook, que é um eficiente meio de
comunicação para drenar a mercadoria mais valorizada que nós produzirmos
- a informação. Qual a diferença entre o jornalista que emite opiniões e
ganha dinheiro, em troca dessa atividade, e eu, que escrevo no
Facebook? Primeira diferença, a audiência. Segunda, eu produzo pequenos
textos, e os algoritmos transformam isso em mercadoria para o sistema do
Capital sem qye eu nada receba em troca. Ambas as empresas atuam como
elementos-chave tanto do ponto de vista ideológico quanto econômico. Eu e
esse jornalista de merda temos mais em comum do que a minha vã
filosofia pode supor.
Unidade para quê?
Por Atanásio Mykonios
"Toda
unanimidade é burra", disse Nelson Rodrigues. Por que se cobra tanto
que a esquerda tem de ser "unida"? Tem-se o pensamento de que a direita é
unida e por isso, todas as alas à esquerda têm de se unir também. A
direita não é unida, são os capitalistas que conseguem, minimamente,
unir-se em torno do Estado para controlá-lo, com sua força política. A
esquerda tem de ser plural. O que tem de ser uma força política
consistente é a organização dos trabalhadores, pois somos nós, os
trabalhadores que sofremos na pele, o poder econômico e político sobre
nós, na forma da luta para impor a lógica da exploração da nossa
capacidade de trabalho. A esquerda existe e não necessariamente pode
representar os trabalhadores. Essa confusão persiste, em grande medida,
porque em nossa condição de trabalhadores, somos obrigados a viver sob a
égide da subjetividade, devido à total dependência diante do capital.
Se temos apenas a nossa capacidade de trabalho para trocar pela
subsistência, somos lançados, por consequência, na subjetividade quase
absoluta. O problema da esquerda e suas alas é ser capturada pela
subjetividade e nisso, nós trabalhadores, vivemos a confusão ideológica,
que é típica do fetiche social da mercadoria. Demora para compreender
esse processo. A direita sofre do mesmo mal, sua suposta unidade é
apenas a soma dos fatores do bloqueio do real significado da exploração e
do papel do Estado. A maioria dos membros da direita vive no reino da
subjetividade, tanto quanto os trabalhadores em geral.