Por Atanásio Mykonios
Os Estados hoje são uma ficção. O conceito de Estado amplo, concebido por João Bernardo, tem melhores condições de dar conta de explicar o que ocorre atualmente, mas não é visível para a maioria. Nossos cálculos ainda estão no campo visual das relações entre Estados, países, nações e esse espectro histórico. Assim como também insistimos em analisar o mundo sob os limites das religiões, que se opõem aos limites das fronteiras. Ainda não somos capazes de analisar o mundo sob a ótica do poder e das relações entre corporações, grandes empresas transacionais, bancos, circulação de capitais por cima dos Estados e seus governos. Um louco aqui e ali, a governar seu país é parte do espetáculo de uma economia controlada de fora do poder de seus povos, eleitores ou seja lá o que venha a ser isto. O mundo está aberto, mas os povos não têm poder sobre suas economias, ao mesmo tempo, a fragmentação da classe trabalhadora implica a impossibilidade histórica de luta concreta de âmbito internacional contra o sistema mundial do capital. Qualquer guerra deve ser entendida, também, não como um capricho de lunáticos no poder, cabe analisá-las a partir das condições de confronto entre empresas e os governos que lutam, de alguma forma, para manter algum controle sobre pedaços da produção capitalista, seja na forma de controle de recursos, seja no controle da força de trabalho, mantendo seu preço em níveis de concorrência incompatíveis com os interesses globais das empresas etc.
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