Por Atanásio Mykonios
As fronteiras agrícolas são ampliadas, gradativamente.
Não há um único dia em que o desmatamento seja estancado. E para quê? Para
produzir mais. Produzir grãos e carnes e explorar a terra para ouro e outros
minerais.
A Amazônia nunca foi protegida no sentido ambiental
como imaginamos na atualidade. Está ali, foi motivo de orgulho ufanista por
algum tempo, agora o tempo urge para explorar com a voracidade necessária. As mercadorias
continuam a ser produzidas em escala planetária, a ciência desenvolve novos
instrumentos que avançam sobre a natureza.
Tudo isso para os brasileiros? Não. Mais de 90% do que
se produz nessas regiões devastadas e para a exportação. Uma parte dos países
está gritando, mas a China, até o momento, está calada. A maior parte do
comércio exterior praticado pelo Brasil é realizada com a China. Insumos,
carnes, minérios etc.
O governo brasileiro instiga ainda mais a devastação,
por meio de uma política bem articulada – agricultura, meio-ambiente,
Itamaraty, ciência e tecnologia, agências reguladoras universidades. Além disso,
as terras de proteção, as terras indígenas são parte da estratégia de acelerar
a exploração da terra.
Tudo isso, bem no começo do atual governo, foi habilidosamente
desmontado e em seguida rearranjado em novos moldes.
Esse mesmo governo agora afirma que a Amazônia é dos
brasileiros e acusa as grandes potências de ingerência. Por outro lado, os EUA
estão “mais ou menos” preocupados. Os países europeus posam de humanitários. A China
fica quieta e observa o desenrolar dos acontecimentos.
Os países do mundo destinam alguns milhões de dólares para
“proteger” o que não pode ser protegido nem pelos Estados nem pelos governos. O
cinismo e a hipocrisia são o comportamento dessa economia desembestada.
Soja e gado, madeira e minérios são as principais commodities
produzidas no interior do Brasil. Petróleo e gás nos litorais e em alto mar.
As corporações é que de fato mandam nessa bagaça toda!
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