Por Atanásio Mykonios
Há muitos
analistas, incautos e representantes da formação da opinião pública que, por
ingenuidade ou má-fé, escamoteiam acerca das reais possibilidades de se criar
uma crise para promover as condições propícias para a instauração de uma
reforma de choque que leva em conta os interesses de investidores, banqueiros,
industriais, latifundiários, etc. Desde há pelo menos 70 anos, esse modelo de
ataque por meio da geração de pseudocrises é uma constante para desestabilizar os
países e em seguida implantar o capitalismo com baixos custos e altos ganhos.
A Conferência
de Washington, apelidada por um dos gurus da ideologia do ataque direto às
economias nacionais, por Consenso de Washington, disse aos presentes, em 1993,
em cujo encontro estavam presentes expoentes da economia mundial, de todos os
continentes, que a geração de pseudocrises eram importantes, principalmente se
fossem capazes de provocar enormes estragos econômicos e sociais a ponto de a
sociedade, de forma submissa, reconhecesse a necessidade de remédios amargos. Ele
disse textualmente:
Será
necessário perguntar se faria sentido, de modo concebível, provocar
deliberadamente uma crise a fim de conduzir os agentes políticos à reforma. Por
exemplo, já foi sugerido algumas vezes, no Brasil, que seria válido alimentar a
hiperinflação de modo a apavorar todo mundo e forçar a aceitação dessas
mudanças (...) Provavelmente, ninguém que tivesse percepção histórica teria
defendido, no meio dos anos 1930, que Alemanha e Japão entrassem em guerra para
receber os benefícios do supercrescimento que experimentaram depois de sua
derrota. Porém, será que uma crise menor teria exercido o mesmo papel? É possível
conceber que uma pseudocrise cumpra a mesma função positiva, sem os custos de
uma crise real?[1]
Não é
preciso ser um grande analista econômico nem político para compreender e
apreender o fato histórico de que as crises econômicas, vividas pelos países
nos últimas 40 anos, são produto de uma engenhosa arquitetura política de
ataques sobre todos os aspectos que constituem a formação do Estado-nacional e
sua estrutura – política monetária, política salarial, programas sociais,
dívidas ativas, empresas estatais, etc. Desde essas décadas, os
Estados-nacionais estão mergulhados numa crise insolúvel e não haverá trégua
até que todas as esferas do Estado-nacional estejam submetidas ao controle do
livre e puro mercado.
Nesse
sentido, não é de agora, mas sobretudo na atualidade, os capitalistas têm sido
mais diretos no que concerne aos ataques aos Estado-nacionais, a voracidade com
que têm avançado sobre as estruturas da sociabilidade estatal tem caracterizado
o que posso denominar por um desmonte metódico e sistematizado do
Estado-nacional.
[1] John Williamson. The
political economy of policy reform. Washington, DC: Institute of
Internetional Economics, 1994, p. 20.
Toda sensibilidad es lo contrario de la pasividad. Si no, no es sensibilidad (no eres así sensible)
ResponderExcluirSentir lo que existe es receptividad de lo que existe
(o sea, de lo que únicamente la razón dice que existe,que es en objetividad la única que no engaña)
http://delsentidocritico.blogspot.com/
https://twitter.com/OswaldoRoses_
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