Por Rosenil Barros Órfão*
Oi Grego... obrigado pela oportunidade da reflexão e do debate.... porém longe de querer desconstruir qualquer proposta... então lá vai...
Tenho dúvidas se a NECESSIDADE, seja um problema político. Me parece que o mundo da política dialoga com a cultura e nasce com a cultura. Isto se dá quando os grupamentos humanos começam a se organizarem com elementos cognitivos e não mais somente pelo instinto animal. Este é o momento que antecede a fala (palavra, verbo, nome de coisas, sinais emitidos com deferência a determinado algo, etc..) e a comunicação inicia um novo estágio. Começa a trajetória do sujeito. Inicia-se o fenômeno de poder dizer as coisas. Obriga-se, o primata, a refletir. Inicia-se a possibilidade do "pensar-se" para dizer. Aquilo que você chamou em um seminário que participamos de "vitória da razão" e no seu texto, lembrando a utopia iluminista: "emancipação da razão".
Tenho afirmado em meus diálogos ao "vivo e a cores" na atividade política, que esta é uma atividade sobre humana. Ou seja, não é uma atividade sobre-natural. Porém é acima de possibilidades humanas. Porém é uma tarefa de homens, não de deuses, se é que eles existam. E para executá-la com humanidade, somente é possível se for construída e exercida coletivamente no espaço geográfico concreto, e acessível, do primata tornado sujeito.
Espaço geográfico concreto e acessível é o que determinamos por território. Lugar onde ocorre a produção e a reprodução da cultura e tudo que a envolve, inclusive nossa nova condição de sujeito. Como por exemplo este primata, um pouco mais complexo, que voz fala. E tu que me ouve (lê). (mais complexo ainda... rsrsrs).
A política se estabelece para atender aos interesses que constroem as relações neste território. Porém, para ser exercida, e permanecer enquanto atividade política, deve fazê-lo de modo a garantir as necessidades. As necessidades são direitos básicos. Direitos básicos é aquilo que é necessário, ou seja, não é contigente dentro do universo social ou do território que se vive.
Se estes argumentos são válidos, posso afirmar que a necessidade é algo inerente ao nosso existir natural, primata, contrariamente ao que tenta determinar o mercado e a ideologia dominante, conforme você reflete, muito bem em seu texto.
Quando nos tornamos sujeitos, entramos em conflito, este com certeza permanecerá. Porém a NECESSIDADE, é algo que nos humaniza e nos prende ao nosso natural, e somente a partir dela que poderemos garantir interesses mais legítimos e em sintonia com nossas NECESSIDADES. Por conta disto a necessidade da luta política. (Fora esta questão da luta política que introduzo, temos acordo até agora, me parece).
Mas a luta política ocorre na arena da cultura enquanto espaço, e de nossa subjetividade enquanto materialização. A materialização da política se dá, então, de modo objetivo, em nossas ações e na adequação concreta de nossos interesses às nossas NECESSIDADES.
Neste sentido cabe ao primata, agora elevado a sujeito e promovido a animal político, tocar sua existência e acumular condições humanas para viver plenamente a satisfação de suas NECESSIDADES.
Aqui que gostaria de provocar um pouquinho. Pois não dou de "barato", com maior respeito a Adorno, que a política obrigatoriamente está subordinada às forças de e do mercado. Mesmo com a capacidade do sistema capitalista em criar "necessidades", e de algum modo, através de sua linguagem dominante, dominar vontades e interesses, esta força não transfere ao sujeito consumidor e ao mesmo sujeito trabalhador, suas contradições. As contradições me parecem ficar como predicado do sistema. E este sistema continua criando as condições para sua própria destruição.
Entendo que devemos aprofundar esta questão, e talvez, torná-la mais didática e mais acessível. Pois o problema da NECESSIDADE, que na verdade não é um problema, pois é da nossa natureza, pode vir a ser uma boa estratégia de apresentação de soluções políticas.
Quero dizer com isto que sua percepção, de ver na superação das NECESSIDADES, uma demanda ou um problema político pode ser a chave para valorizarmos nossa capacidade de viver e conviver com nossas necessidades.
Se isto é possível, fica claro a afirmação de Marx: o socialismo sé é possível na abundância. Neste sentido temos condições de promover o aprofundamento do debate atual sobre as "reais necessidades" para o sistema de produção e reprodução econômica e cultural, que deve deixar de ser abundante na criação de novas necessidades e ser mais eficaz na organização da política para sintonizar interesses e necessidades.
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Caro Grego.... não estou muito disciplinado para uma argumentação acadêmica... acho que o dia a dia do diálogo político me faz escrever e falar de modo um tanto desmedido.... mas mesmo assim gostaria de sua resposta... caso tenha conseguido me fazer entender....
Grande abraço.
Rosenil.
* Texto enviado por Rosenil Barros e que merece ser publicado em sua totalidade para que possamos responder e os leitores seguirem o debate acerca das ideias aqui propostas.
Oi Grego... obrigado pela oportunidade da reflexão e do debate.... porém longe de querer desconstruir qualquer proposta... então lá vai...
Tenho dúvidas se a NECESSIDADE, seja um problema político. Me parece que o mundo da política dialoga com a cultura e nasce com a cultura. Isto se dá quando os grupamentos humanos começam a se organizarem com elementos cognitivos e não mais somente pelo instinto animal. Este é o momento que antecede a fala (palavra, verbo, nome de coisas, sinais emitidos com deferência a determinado algo, etc..) e a comunicação inicia um novo estágio. Começa a trajetória do sujeito. Inicia-se o fenômeno de poder dizer as coisas. Obriga-se, o primata, a refletir. Inicia-se a possibilidade do "pensar-se" para dizer. Aquilo que você chamou em um seminário que participamos de "vitória da razão" e no seu texto, lembrando a utopia iluminista: "emancipação da razão".
Tenho afirmado em meus diálogos ao "vivo e a cores" na atividade política, que esta é uma atividade sobre humana. Ou seja, não é uma atividade sobre-natural. Porém é acima de possibilidades humanas. Porém é uma tarefa de homens, não de deuses, se é que eles existam. E para executá-la com humanidade, somente é possível se for construída e exercida coletivamente no espaço geográfico concreto, e acessível, do primata tornado sujeito.
Espaço geográfico concreto e acessível é o que determinamos por território. Lugar onde ocorre a produção e a reprodução da cultura e tudo que a envolve, inclusive nossa nova condição de sujeito. Como por exemplo este primata, um pouco mais complexo, que voz fala. E tu que me ouve (lê). (mais complexo ainda... rsrsrs).
A política se estabelece para atender aos interesses que constroem as relações neste território. Porém, para ser exercida, e permanecer enquanto atividade política, deve fazê-lo de modo a garantir as necessidades. As necessidades são direitos básicos. Direitos básicos é aquilo que é necessário, ou seja, não é contigente dentro do universo social ou do território que se vive.
Se estes argumentos são válidos, posso afirmar que a necessidade é algo inerente ao nosso existir natural, primata, contrariamente ao que tenta determinar o mercado e a ideologia dominante, conforme você reflete, muito bem em seu texto.
Quando nos tornamos sujeitos, entramos em conflito, este com certeza permanecerá. Porém a NECESSIDADE, é algo que nos humaniza e nos prende ao nosso natural, e somente a partir dela que poderemos garantir interesses mais legítimos e em sintonia com nossas NECESSIDADES. Por conta disto a necessidade da luta política. (Fora esta questão da luta política que introduzo, temos acordo até agora, me parece).
Mas a luta política ocorre na arena da cultura enquanto espaço, e de nossa subjetividade enquanto materialização. A materialização da política se dá, então, de modo objetivo, em nossas ações e na adequação concreta de nossos interesses às nossas NECESSIDADES.
Neste sentido cabe ao primata, agora elevado a sujeito e promovido a animal político, tocar sua existência e acumular condições humanas para viver plenamente a satisfação de suas NECESSIDADES.
Aqui que gostaria de provocar um pouquinho. Pois não dou de "barato", com maior respeito a Adorno, que a política obrigatoriamente está subordinada às forças de e do mercado. Mesmo com a capacidade do sistema capitalista em criar "necessidades", e de algum modo, através de sua linguagem dominante, dominar vontades e interesses, esta força não transfere ao sujeito consumidor e ao mesmo sujeito trabalhador, suas contradições. As contradições me parecem ficar como predicado do sistema. E este sistema continua criando as condições para sua própria destruição.
Entendo que devemos aprofundar esta questão, e talvez, torná-la mais didática e mais acessível. Pois o problema da NECESSIDADE, que na verdade não é um problema, pois é da nossa natureza, pode vir a ser uma boa estratégia de apresentação de soluções políticas.
Quero dizer com isto que sua percepção, de ver na superação das NECESSIDADES, uma demanda ou um problema político pode ser a chave para valorizarmos nossa capacidade de viver e conviver com nossas necessidades.
Se isto é possível, fica claro a afirmação de Marx: o socialismo sé é possível na abundância. Neste sentido temos condições de promover o aprofundamento do debate atual sobre as "reais necessidades" para o sistema de produção e reprodução econômica e cultural, que deve deixar de ser abundante na criação de novas necessidades e ser mais eficaz na organização da política para sintonizar interesses e necessidades.
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Caro Grego.... não estou muito disciplinado para uma argumentação acadêmica... acho que o dia a dia do diálogo político me faz escrever e falar de modo um tanto desmedido.... mas mesmo assim gostaria de sua resposta... caso tenha conseguido me fazer entender....
Grande abraço.
Rosenil.
* Texto enviado por Rosenil Barros e que merece ser publicado em sua totalidade para que possamos responder e os leitores seguirem o debate acerca das ideias aqui propostas.
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