domingo, 20 de outubro de 2019

A brutalidade da caserna


           Por Atanásio Mykonios


         As praças, as ruas, os becos, todos tomados. Os protestos ocorrem em muitos lugares. O que devemos pensar é o fato de que as forças policiais, as forças de segurança em geral (contando polícias e forças armadas) aumentaram, em todos os lugares, o grau de brutalidade. Os confrontos são batalhas, com uma desvantagem brutal. As polícias estão fortemente armadas, além disso, as ações mostram, em diversos episódios, gravados por populares, que as forças de segurança agem contra pessoas desarmadas, indefesas, há praticamente uma animalidade, quando apanham manifestantes, avançam sobre estes com muita raiva, como quem tivesse a legitimidade para uma vingança em ordem de punição legal. Parece que a justiça é realizada ali mesmo, nas ruas, quando algum manifestante é pego. Já não há diferença, se as forças de segurança pegam homens ou mulheres, a raiva chega a um primitivismo que me espanta em todos os níveis. Já não se trata de impedir a depredação de equipamentos públicos ou impedir que as manifestações avancem. Pergunto a mim mesmo como esses policiais armados são treinados, o que aprendem, como aprendem, quem os ensina a serem assim e tenho a impressão de que é algo viral, contagioso. Trata-se, sobretudo, em reprimir, inclusive, tomando a iniciativa, a voracidade é impressionante. No Equador, no Chile, no Brasil, na Argentina, na Palestina etc. As polícias e os militares em geral, atiram, atiram à queima roupa, em determinas situações, há massacres. É mais impressionante que, em grande parte, essas agressões não sensibilizam as autoridades. Os governos, dessa forma, parecem estar dispostos a aumentar a dose de repressão e punição. Como enfrentaremos esse monstro da caserna neoliberal, não sei.